Histórias da Marambaia

Mangaratiba

Quilombo da Marambaia - Grupo Pele Negra no Poder

Quilombo da Marambaia


Grupo Pele Negra no Poder em busca do resgate da história dos seus antepassados.


Por volta de 1850, o governo brasileiro, pressionado pela Inglaterra, promulgou a lei Eusébio de Queirós proibindo o tráfico negreiro e autorizando a expulsão dos traficantes do país. Essa lei, contudo, não aboliu a escravatura, o que só seria alcançado 38 anos depois, mantendo parte significativa do setor cafeeiro calcada na mão de obra escrava. Sendo uma resposta a pressões e externas e não resultado de um processo político interno, esta lei não se mostrou efetiva de uma hora para outra. Sob a condescendência de parte das autoridades imperiais, grandes proprietários de terra continuaram a trazer escravos da África para realizar o trabalho em suas lavouras, especialmente na cultura do café. No estado do Rio de Janeiro, um dos maiores cafeicultores e traficante de escravos era Joaquim José de Souza Breves, também conhecido como Comendador Breves. Este grande proprietário de terras possuía grande influência na então capital do país, motivo pelo qual não encontrou resistência das autoridades quando, em 1856, instalou na Ilha da Marambaia, na baía de Sepetiba, entre os municípios de Mangaratiba (à qual pertence) e Rio de Janeiro, uma fazenda de engorda de escravos trazidos irregularmente da África. As longas viagens marítimas intercontinentais, aliadas às péssimas condições a bordo dos navios negreiros, davam cabo de pelo menos 40% dos escravos embarcados na costa africana. Aqueles que alcançavam o Brasil chegavam aqui, em geral, doentes e debilitados, motivo pelo qual o Comendador Breves os mantinha durante alguns meses nesse entreposto, a fim de que se recuperassem antes de seguirem para as fazendas de café do comendador ou serem vendidos nos mercados.

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